A primeira conferência do I Encontro Nacional dos Conselhos Regionais de Medicina (I ENCM 2019), que ocorre até sexta-feira (06), em Recife, abordou “a relação médico-paciente na perspectiva personalista”, Coordenada pelo presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, o tema contou com uma exposição do médico e professor da Universidade do Brasil, Aníbal Gil Lopes.
“O médico precisa compreender a humanidade do outro, transpondo barreiras e interfaces, tentando compreender como o outro constrói suas felicidades e como lidam com suas dores e inseguranças. Só assim, o profissional vai compreender a realidade do outro, sendo não apenas um técnico que pode ser substituído por um robô, mas sim um médico na sua essência”, explicou o conferencista.
Sobre o uso de tecnologia na interação entre médicos e pacientes, o professor destacou que, apesar de parecer algo novo, não é. “Há 30 anos, quando morei nos Estados Unidos os exames de imagem eram transmitidos para a índia e no dia seguinte eles voltavam com o laudo”, disse, complementando que o avanço tecnológico envolve a todos e sua utilização e inevitável.
Na sequência, o 2º Secretário do CFM, Sidnei Ferreira, coordenou a mesa sobre os novos tempos e a relação médico-paciente, secretariada pela conselheira do Cremepe, Helena Carneiro Leão. Sobre o tema, fizeram exposições o secretário-geral do CFM, Henrique Batista e Silva, e o conselheiro federal pelo Piauí, Leonardo Sérvio Luz.
Propaganda enganosa – As implicações legais da propaganda enganosa na medicina foram apresentadas na sequência pelo desembargador do Distrito Federal, Diaulas Ribeiro. O jurista iniciou a conferência apresentando as definições de “propaganda enganosa”, que estão relacionadas àquilo que contém uma simulação, um engano, e trazendo as normativas de publicidade a luz do Código de Defesa do Consumidor.
Além do viés jurídico, ele destacou ainda a necessidade de trazer a temática para o meio médico, pois a popularização das redes sociais trouxe formas até então desconhecidas de fazer propaganda. “As redes sociais viabilizaram um tipo de publicidade que nós não conhecíamos. Até pouco tempo os médicos, mas não só eles, passaram a usar publicidade com custos muito baixos – nas redes –, o que no passado custava milhões quando faziam anúncios em televisão, horários nobres”, exemplificou.
Segundo Ribeiro, este baixo custo e a facilidade para se fazer publicidade criou a necessidade de aumentar o controle contra abusos, como de divulgação do “antes e depois” de pacientes, ou técnicas inovadoras que não são comprovadas cientificamente. “A publicidade médica não é igual a qualquer divulgação. Quando um médico fala alguma coisa, a tendência de induzir a população é muito grande. Portanto, a propaganda precisa ter base científica para justificar essa publicidade”, detalhou.
Instagram Youtube Twitter Facebook
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.